Na reunião de setembro do
GetGC eu entendi, através da posição dos participantes, que o conhecimento existe quando ele é devidamente reconhecido pela coletividade, ou seja o conhecimento é coletivo e quando ele não é trocado ou passado entre e pelas pessoas ele é inútil. O conhecimento tem de ser identificado, compartilhado, reconhecido e aceito. Daí ele vira propriedade pública, passa a ser público e tem maiores chances de que novos conhecimentos sejam criados a partir de sua agregação de valor.
Tudo isso centra nas PESSOAS a responsabilidade de qualquer processo de criação do conhecimento ou de
gestão do conhecimento. PESSOAS mesmo! No plural, visto que qualquer indivíduo dentro do coletivo pode ser um agente de conhecimento.
Quando levamos a sério tudo isso e comparamos com a cultura, os valores da maioria das pessoas e extrapolando para as empresas também (entendendo a cultura da empresa como fortemente influenciado pelos valores dos
agentes intelectuais e de poder dominantes), a impressão que dá é que discutir criação de conhecimento sob o enfoque humano, colocando no jogo fatores ligados a relacionamentos, fatores psicológicos e culturais, em muitos ambientes existentes é um desafio e tanto.
Muitas empresas precisam passar por mudanças significativas em todos os níveis hierárquicos, de poder, ou seja lá qual for a forma como ela se encontra distribuída, para pensar em tornar-se uma empresa intensiva em conhecimento.
Uma empresa intensiva em conhecimento não necessariamente é uma empresa que trabalha com informação. Por exemplo, uma fábrica de software pode ser muito bem sucedida, vendendo seus produtos desenvolvidos por cérebros que traduzem processos físicos para a linguagem do software, e não ser uma empresa intensiva em conhecimento. Por que?
Simplesmente a fábrica de software pode estar apenas traduzindo coisas existentes para uma nova formatação e isso não é CRIAR conhecimento.
Legal, utilizamos o termo "
fábrica de software". Mesmo sendo uma empresa que trabalha informação pode ter um esquema muito parecido com as fábricas da primeira metade do século XX, onde a maioria das pessoas convertia matérias-primas em produtos acabados e o "cérebro" não era necessário. Muitas vezes atrapalhava, segundo algumas teorias Fordistas.
Não é simples falar e encontrar
empresas intensivas em conhecimento, criadoras de conhecimento, que façam do conhecimento a sua vantagem competitiva sustentável por longos anos.
Por enquanto o que podemos afirmar é que as empresas que focam nas pessoas e acreditam que são os atores principais para a
criação de conhecimento, estas sim, podem perpetuar uma determinada vantagem em relação as outras.
(Continua...)
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FabioCamara - 05 Sep 2003
Palavras-chave:
bem-estar psicológico,
conhecimento,
vantagem
MAGGI, B. Do agir organizacional: Um ponto de vista sobre o trabalho, o bem-estar, a aprendizagem, São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2006.
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GregorioIvanoff - 28 Sep 2021
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