Realismo Totalitário
http://web.archive.org/web/20041217155051/http://paginas.terra.com.br/noticias/bandeira/pb115.htm
Oriundo do marxismo francês, Castells publicou três volumes sobre o capitalismo pós-tardio. Organizou uma massa volumosa de informações, documentos e livros em um relato pós-sociológico "realista-virtual". A obra mestra de Castells atravessa uma paisagem na qual um pescador em águas turvas faz sua pesca dos "valores" e das "totalidades" do mundo do século XXI. Após ler Castells, o leitor crê que acabou de ver a realidade contemporânea. O realismo é o gênero preferido do leitor pós-sociológico. Este sujeito realista encontra-se, hoje, no relato dos outros dois discursos do poder contemporâneo: o discurso midiático-industrial e o discurso político.
O discurso de Castells apresenta-se como o espelho do capitalismo do século XXI. No espelho castellsiano, um conjunto de categorias desenham o mapa sociológico espetacular deste século. Nele, categorias marxistas clássicas e modernas são substituídas por novas categorias. Entre estas, quatro categorias tomam o proscênio desse realismo sociológico: a sociedade em rede, o Estado em rede, a identidade cultural primária e o capitalismo informacional global. Não obstante, tal sociologia mistura os axiomas do marxismo e da análise sistêmica para relatar a transição e a ruptura entre a sociedade moderna e a sociedade em rede. Por exemplo, em uma linha marxo-hegeliana, Castells usa a dialética sociedade civil versus Estado para explicar os acontecimentos que engendraram a lógica que desintegrou a URSS. Neste caso, trata-se da destruição da sociedade civil pelo Estado soviético. Ele também pensa, neste quadro mental em extensão, a passagem do Estado nacional - Estado burocrático do século XX - para um novo paradigma político: o Estado em rede.
Na sociedade em rede, o Estado-rede emerge como solução para todos os impasses do capitalismo contemporâneo no campo político! No Brasil, o governo FHC começou a instalar o Estado-rede com a criação de várias instituições e a idéia de dar autonomia legal para o Banco Central. Amigo de Castells, FHC fez o prefácio deste esforço hercúleo. Nele, disse que: "(...) Não é por acaso que outros, como Anthony Giddens, já compararam o esforço atual de Castells ao tour de force weberiano no clássico 'Economia e Sociedade'(...)". Como já é patente, a política de FHC foi acolhida pelo governo do PT. Vamos fazer justiça! Não se trata de um ato premeditado, mas de um outro tipo de ato. Após chegar no poder estatal sem o plano B, o governo foi sendo atraído para a trama das relações de forças e de saber que vinculam o país ao capitalismo mundial e ao poder americano. Eis a verdadeira questão brasileira da atualidade!
No Brasil, as Agências Nacionais - criadas no governo FHC - já são parte do Estado-rede no país. Estas agências foram feitas para neutralizar a ação reguladora do
Estado no mercado de preços e contratos. Na direção da
Petrobrás, o mais consistente petista é obrigado a se submeter à lógica capitalista do mercado de energia. Nas Agências Nacionais, os
agentes capitalistas atuam através da lógica do mercado ou pessoalmente. Regra geral, os chefes destas Agências possuem uma forte identidade ou identificação com o capitalismo corporativo mundial. Rigorosamente, este ramo de aparelhos de Estado é o Estado-rede do CCM no Brasil.
Aprendizado e crescimento:
novas forças
Palavras-chave: fim da era pós-moderna,
preço em conhecimento,
política de estado,
ciência cognitiva,
psicologia
Keywords:
contingent response patterns
Resultados:
Agenda Reuniões GetGC PUC SP 2004
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=%22O+fim+da+era+p%C3%B3s-moderna%22+&meta=
--
GregorioIvanoff - 03 May 2004
to top