Descobertas científicas são feitas por acaso


É sabido que muitas descobertas científicas são feitas por acaso. William Beveridge, em seu livro Seeds of Discovey, distingue três diferentes tipos de descobertas casuais: intuição a partir de justaposição de idéias, intuição do tipo eureka e serendipity.[1]

A palavra inglesa serendipity foi cunhada em 1754, por Horace Walpole, escritor e político inglês, para exprimir descobertas ocasionais diferentes daquelas que estavam sendo buscadas. A palavra vem de Serendip, nome antigo do Ceilão, e baseia-se em um conto oriental no qual três príncipes de Serendip, ao excursionarem pela ilha, fizeram importantes e inesperadas descobertas, todas elas fruto da observação e da sagacidade.[2]

A palavra serendipity tem sido traduzida para o português por serendipitia, serendipitidade e serendipidade.

A terminação -ty, em inglês, corresponde ao sufixo -dade, em português; -ty originou-se do médio inglês -tie> -tee> -te, do antigo francês -te, > tet, que, por sua vez, provém do latim -tate, que evoluiu para -dade, em português. Por conseguinte, -ty, em inglês; -té em francês, e -dade, em português, têm todos uma origem comum. O sufixo -ty, em inglês, é usado principalmente em palavras de raízes latinas e formação erudita.[3]

Assim, na tradução para o português de palavras inglesas terminadas em -ty deve-se, como norma, substituir o sufixo -ty por -dade.

Vejamos alguns exemplos: authority (autoridade), cavity (cavidade), faculty (faculdade) gravity (gravidade), hostility (hostilidade), identity (identidade), locality (localidade), motility (motilidade), natality (natalidade), normality (normalidade), obesity (obesidade), quality (qualidade), reality (realidade), variety (variedade).

Existem raras exceções em que se mantém a dental surda, como em majesty (majestade), honesty (honestidade), ou em que usa o sufixo -eza em lugar de -dade, como em purity (pureza).

A melhor tradução para serendipity, portanto, deverá ser serendipidade e não serendipitia ou serendipitidade, como já tivemos ocasião de encontrar em traduções do inglês para a língua portuguesa.

Referências bibliográficas

1. BEVERIDGE, W.I.B. - Sementes da descoberta científica (trad.), São Paulo, T.A. Queiroz/ EDUSP, 1981, p.20.

2. OXFORD ENGLISH DICTIONARY (Shorter), 3.ed. Oxford, Claredon Press, 1978.

3. SAID ALI, M. - Gramática histórica de língua portuguesa, 3.ed. São Paulo, Melhoramentos, 1964.

Reproduzido do livro Linguagem médica, 2. ed., com autorização da editora CEGRAF da Universidade Federal de Goiás. Atualizado em 29/10/2002.

Autor: Joffre M. de Rezende

http://ususarios.cultura.com.br/jmrezende

http://usuarios.cultura.com.br/jmrezende/serendipidade.htm

-- GregorioIvanoff - 21 Aug 2003


Palavras-chave: prática médica


MIT cria cupido digital para celulares

Trata-se do Serendipity, serviço de namoro online, criado pelo Laboratório de Mídia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que aproxima usuários de celulares com os mesmos gostos pessoais.

São Paulo - “Você passa e não me olha / Mas eu olho pra você”, dizem os versos de uma música de Jorge BenJor?. A decepção pode ser convertida em alegria com o Serendipity, uma espécie de cupido digital criado no Laboratório de Mídia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Boston.

O funcionamento é simples: os usuários colocam suas fotos e perfis no Serendipity. Quando dois deles, com os mesmos gostos pessoais, estiverem próximos um do outro – num bar, café, shopping, etc. -, o Serendipity emite um aviso para eles se comunicarem.

O MIT não informou quando o serviço entra em funcionamento.

JMagalhães


Um caso de serendipidade?

Chocolate Obsession Leads to Physics Discovery

Princeton physicist Paul Chaikin's passion for M&M candies was so well known that his students played a sweet practical joke on him by leaving a 55-gallon drum of the candies in his office.

Little did they know that their prank would lead to a physics breakthrough.

The barrel full of the oblate little candies made Chaikin think about how well they packed in. A series of studies have shown they pack more tightly than perfect spheres -- something that surprises many physicists and Chaikin himself.

"It is a startling and wonderful result," said Sidney Nagel, a physicist at the University of Chicago. "One doesn't normally stop to think about this. If you did, you might have guessed what would happen, but you'd have guessed wrongly."

The issue of how particles pack together has intrigued scientists for centuries and has implications for fields such as the design of high-density ceramic materials for use in aerospace or other industries.

http://www.reuters.co.uk/newsArticle.jhtml?type=scienceNews&storyID=4358356&section=news

-- NelsonFerraz - 13 Feb 2004

Revision: r1.2 - 08 Feb 2018 - 19:50 - GregorioIvanoff
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